É o que mostra pesquisa feita com 3 mil pessoas da área. Salário, benefícios e desafios também são levados em conta em processos de seleção.
Sete em cada dez profissionais de tecnologia ouvidos em uma pesquisa (71%) dizem preferir o modelo de trabalho remoto, enquanto 28% sinalizaram preferência pelo modelo híbrido e apenas 1% escolheu o presencial. Em geral, as motivações que levam a essas escolhas estão diretamente relacionadas à qualidade de vida e performance de trabalho. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela startup de recrutamento digital Intera com mais de 3 mil profissionais de tecnologia. Desses, 41,5% ocupam cargos seniores ou de especialistas, 27,3% são considerados “plenos” e e 31,6%, juniores.
Para 66,8% dos profissionais entrevistados o modelo de trabalho impacta diretamente na produtividade, e 64% consideram importante a flexibilidade de horários. Entre os pesquisados, 63% dizem que a preferência pelo modelo escolhido melhora sua qualidade de vida, bem-estar físico e emocional, enquanto 40,2% mencionam os ganhos na organização das tarefas; 39,6% gostam da adaptabilidade; 22,3% valorizam o tempo com os filhos e 19,7% mencionam a importância do relacionamento com os colegas.
Hoje, cerca de 42,4% dos profissionais de tecnologia que participaram da pesquisa trabalham remotamente, enquanto 21,6% estão no formato híbrido e 18,6%, no presencial.
Sete em cada dez profissionais de tecnologia ouvidos em uma pesquisa (71%) dizem preferir o modelo de trabalho remoto, enquanto 28% sinalizaram preferência pelo modelo híbrido e apenas 1% escolheu o presencial.
A pesquisa mostrou ainda que 84% dos profissionais de tecnologia enxergam a modalidade de trabalho remoto como critério na hora da inscrição em processos seletivos. O levantamento aponta que quanto maior a senioridade, menor o aceite a vagas com modalidade diferente da preferência.
“Hoje, a flexibilidade do remoto é algo determinante para muitos profissionais – que enxergaram todos os benefícios do modelo – e tem feito sentido para muitas empresas a continuidade [para além do momento de pandemia]”, afirma Pedro Gil, responsável pela área de cultura e pessoas da Intera. ”Outras práticas que contribuem para a flexibilidade têm sido implementadas, como dias mais curtos de trabalho na sexta-feira ou dias sem reuniões, o que traz uma menor rigidez de horários e consequentemente uma maior qualidade de vida.”
Para Gil, além do modelo de trabalho, os profissionais de tecnologia levam em conta o fator salarial e de benefícios, “que também tem passado por inovações”, diz. “Tudo isso é levado em consideração e influencia a decisão, mas não sustenta uma mudança de emprego. Elementos culturais, que se alinhem e com os quais os profissionais se identifiquem, junto com o desafio profissional que será proporcionado, são elementos que exercem bastante influência.”
O desafio, segundo Gil, pode estar relacionado ao propósito da empresa, o mercado de atuação e as tecnologias que serão utilizadas.
O especialista comenta que o tempo de contratação de um profissional de tecnologia hoje costuma variar de acordo com o perfil buscado – seja devido a área, senioridade ou as tecnologias exigidas. “O processo pode demorar devido a dificuldade em encontrar as pessoas certas no processo de ‘hunting’ em si e, outras vezes, pela cadência das etapas internas de seleção”, diz. “Vemos vagas serem fechadas em um mês, outras em três.”
Por Adriana Fonseca, Para o Valor Econômico, leia o original clicando aqui.