Tag carreira

A plataforma se tornou a maior vitrine profissional. Saiba como ser mais notado por quem está buscando executivos

 

O LinkedIn é a primeira ferramenta de headhunters para buscar profissionais para ocupar cargos estratégicos

 

Cuidar do seu perfil no LinkedIn é passo essencial para quem quer ser notado e busca novas oportunidades no mercado. A plataforma digital é usado por recrutadores e também é um ponto de partida, muitas vezes, para headhunters realizarem engrossarem a lista de candidatos a um cargo. “O Linkedin se consolidou como a principal vitrine para mostrar sua trajetória profissional”, conta Luis Giolo, sócio da Egon Zehnder no Brasil, uma das maiores consultorias de head hunting no mundo.

Não é necessário ter a versão premium  para aparecer bem nas pesquisas mas, sim, você tem que formatar o seu perfil de olho em alguns aspectos. A seguir, headhunters dão dicas para ajudar o algoritmo a trabalhar para você nessa rede social.

1 – Organize seu título

Na sua tagline (título) no LinkedIn, coloque as informações essenciais para que um headhunter identifique sua área e especialidade. Essas informações devem ser divididas e organizadas em categorias. “Com um título bem formulado, os headhunters e recrutadores conseguem ter uma noção rápida daquilo que você faz e dar um match com a posição para a qual estão buscando”, diz Rodrigo Forte, sócio-fundador da consultoria especializada em executive search EXEC.

2 – Inclua realizações

A listagem dos cargos ocupados ao longo da sua trajetória profissional não é o suficiente para um headhunter conhecer suas competências e realizações. Assim, deve ser destacado delas o que for realmente importante para a sua carreira, como o tamanho das suas responsabilidades, as habilidades adquiridas e os resultados conquistados de forma concisa e objetiva. Para destacar a relevância do seu perfil, “tenha o máximo de dados e números relevantes possível”, diz Giolo.

Outro ponto de atenção é para os profissionais que evoluem de posição em uma companhia, mas registram apenas o cargo mais recente em seu perfil no LinkedIn.  “Detalhar toda a sua jornada na empresa e as conquistas que o levaram até a posição atual revela muito sobre seu perfil, comprometimento e performance profissionais”, diz Fernando Machado, consultor da Russell Reynolds Associates.

3 – Descreva-se de acordo com suas metas

A seção “Sobre” do LinkedIn deve ser uma pequena descrição para demonstrar seu perfil e postura profissionais. Com isso, coloque nesse pequeno texto suas experiências de forma a destacar suas competências, habilidades e conquistas resumidamente. “Deve ser tomado o devido cuidado para não parecer soberbo e usar corretamente a língua portuguesa (ou o inglês)”, diz Machado.

Para escrever a sua descrição, esteja atento à construção do texto. “Você deve buscar atrair seu público com a primeira frase e mantê-los engajados no resto da descrição – mantendo-a nítida e direto ao ponto, enquanto dá uma noção de quem você é”, diz Giolo.

4 – Deixe evidentes suas metas profissionais

Deixe claro os seus objetivos profissionais para que o headhunter os identifique facilmente e avalie se eles são compatíveis com o perfil de profissional buscado. “Não os restrinja tanto para não perder boas oportunidades, especialmente nas quais áreas você não pensaria em trabalhar”, diz o consultor da Russell Reynolds.

5 – Não pareça desesperado pelo emprego

Por fim, não escreva que você está buscando outras oportunidades nessa seção do seu perfil, porque isso pode parecer que você está desesperado por emprego, de acordo com Giolo. “Se você não estiver empregado, pode selecionar a opção Open To Work disponível na plataforma e ficar claramente visível para quem está buscando.”

6 – Ajude o algoritmo

Assim como outras plataformas digitais, o LinkedIn também funciona por meio de algoritmos. O conteúdo que os headhunters recebem e os perfis que são mais facilmente encontrados por eles incluem elementos que o algoritmo entende como pertencentes ao que o profissional de executive searching está procurando.

De olho nisso, no seu perfil, você deve usar palavras-chaves da área ou do cargo no qual você quer trabalhar, utilizar inserir na sua descrição e detalhes que direcionam diretamente para seus objetivos profissionais. “Para isso, veja se os perfis daquelas pessoas que ocupam os cargos dos seus sonhos abordam os mesmos elementos”, sugere Luis Giolo. Finalmente, formação e localização são detalhes de um perfil profissional que podem proporcionar mais acessos ao perfil do usuário.

“Quando o recrutador vai fazer uma busca ele sempre tem as palavras-chave para colocar na pesquisa e encontrar o profissional. Então, busque redigir seu LinkedIn conforme sua área de atuação e seus objetivos de carreira”, resume o sócio-fundador da EXEC.

7 – Se engaje na plataforma (com cuidado)

O algoritmo do LinkedIn, mencionado no último ponto, faz os perfis de pessoas que se engajam na plataforma aparecer melhor nas buscas e em maior proporção nos feeds das suas conexões e de outras pessoas. “Vale se manter ativo para ter destaque”, opina Fernando Machado. “Ele pode ser um ponto de diferenciação para atrair seu público, mas não se envolver não fará de alguém um candidato menos atraente.”

“As atividades [do usuário no LinkedIn] também são analisadas e vistas pelos executive searchers como posicionamento do profissional no mercado”, pontua Luis Giolo, da Egon Zehnder. “Dessa forma, as publicações, curtidas, comentários e compartilhamentos, por exemplo, tornam-se uma maneira de avaliar se os candidatos estão alinhados com os valores e cultura da empresa representada pelo executive searcher”. Nessa lógica, você, como usuário do LinkedIn também deve estar atento ao conteúdo desses engajamentos para que o teor deles não o impeça de ser impeça para alguma posição no futuro.

Matéria publicada originalmente em Forbes, leia mais em: https://forbes.com.br/carreira/2022/11/como-deixar-seu-perfil-no-linkedin-mais-atraente-para-headhunters/

Veja também:
Read More
A Forbes fez uma seleção de programas que trazem desde dicas para controlar as finanças até histórias inspiradoras de liderança. Aprender a gerenciar as finanças e entender o que é importante para sua carreira nos dias de hoje fica mais fácil – e divertido -com esses 10 podcasts que misturam dicas, cases e notícias.
Read More
Conheça a Teoria da Adaptabilidade de Carreira. Conceito criado por Mark Savickas, professor e presidente do departamento de ciências comportamentais no Northeastern Ohio Universities College of Medicin. Também conhecida como a teoria dos 4C’s: Consideração; Controle; Curiosidade e Confiança.
Read More

Diante de uma nova oferta de trabalho, é comum surgirem dúvidas e angústias em relação a tomada de decisão, principalmente se o candidato já estiver empregado ou diante de outra proposta concomitantemente.

De acordo com o Modelo Decisório Racional da Economia Clássica seria muito simples resolver esta questão: qual empresa paga mais? Então é pra lá que eu vou!

Mas, as coisas não são simples assim, e se você sofreu ou está sofrendo para tomar uma decisão similar a esta, saiba que você não está sozinho! Qualquer pessoa nos seus calçados tende a se sentir assim desta mesma forma, e este fato se dá, porque esta situação de escolha e decisão descrita acima se enquadra dentro da teoria da “racionalidade limitada” de Herbert Simon.

Cabe ressaltar que Simon ganhou o Nobel em economia justamente por ajudar a economia a romper com o modelo tradicional da teoria da oferta e demanda para a complexidade do mundo real da psicologia e da ciência comportamental.

Sua teoria parte do pressuposto de que é impossível fisicamente ao indivíduo acessar e processar todas as informações possíveis, além do elevado custo que envolveria esse processo. Esse modelo defende, ainda, que a impossibilidade está na capacidade limitada do processo cognitivo do ser humano e também na impossibilidade do cérebro em processar todas as informações.

O conceito de racionalidade limitada (Bounded Rationality) abriga ainda outras limitações do processo cognitivo que “são os aspectos subjetivos, relacionados às experiências anteriores dos tomadores de decisão e às suas crenças”. A respeito de outras influências que atuam sobre o tomador da decisão também são enumerados os interesses políticos e sociais, fatores psicológicos e emocionais, além de pressões afetivas e diferentes motivações.

Além da limitação cognitiva da mente individual, tem outras duas dimensões que também influenciarão este processo, a informação disponível, bem como o tempo disponível para a tomada de decisão.

Posto isso, vale lembrar que todo movimento de carreira é delicado, por isso além de considerar fatores triviais como a posição, remuneração, o porte e a reputação da empresa contratante, abaixo destaco mais alguns pontos importantes que na teoria de Simon seriam tratados como “informações disponíveis” e que certamente vale a pena considerar para apoiar sua decisão rumo a um reposicionamento sustentável:

Tecnicidade:

Você entrega o que a oportunidade demanda tecnicamente? Está absolutamente seguro que os conhecimentos técnicos e especializados requeridos na nova função são amplamente dominados por você? Como diz o jargão de mercado: “estará pronto pra entrar jogando?” E mesmo que você tenha equipes altamente especializadas em temas que você não tem domínio, se sente seguro para fazer a gestão destes times?

Comportamento:

Qual o comportamento esperado desta pessoa que irá assumir a posição? Estão buscando alguém para redesenhar os processos, mudar a cultura do departamento ou do negócio e assim “quebrar alguns ovos” ou alguém que entre com um perfil mais de mantenedor com objetivo de manter as coisas praticamente como já vinham sendo feitas? Seu comportamento e suas atitudes estão em linha com este modelo?

Cultura:

Qual a cultura desta empresa? É uma empresa familiar? Uma multinacional americana, coreana, japonesa, alemã, uma empresa investida por um fundo? Eu me adéquo a este perfil cultural? Tenho boas referências ou já tive boas experiências com esse estilo de cultura? Normalmente este é um fator de difícil análise durante o processo seletivo, no entanto há duas formas de tentar ter mais acesso as informações sobre a cultura da empresa em questão: a primeira é analisar a forma como a empresa conduz as etapas do próprio processo seletivo, isso pode falar muito sobre o perfil cultural da companhia e a outra forma é tentar identificar dentro da sua rede de contatos pessoas que já trabalharam naquela empresa e que poderão te passar informações reais sobre os sistemas de valores compartilhados naquela organização.

Gestor:

Avaliar profundamente a pessoa que vai te liderar neste desafio é fundamental. Invariavelmente, a pessoa que vai trabalhar acima de você diretamente, terá uma influência enorme em como será esta nova empreitada. Quem já teve um bom chefe, sabe o valor que tem, assim como quem já teve um chefe ruim, também sabe o peso que tem. Portanto, busque ao máximo conhecer o seu líder durante o processo de forma genuína e analise: houve sintonia entre vocês? Parece ser um líder inspirador? Ao que tudo indica, este líder vai ajudar a impulsionar minha carreira? Faz sentido passar 08h, 10h, 12h do seu dia com essa pessoa?

Sua área X estratégia da empresa:

Este é um ponto interessante e que muitas vezes, no primeiro momento, acaba passando despercebido por muitos profissionais diante da empolgação com a nova oportunidade, com a empresa ou por tudo que já foi apresentado. Tente investigar qual o real grau de relevância que a sua área de atuação tem dentro da empresa. Quais são as diretrizes da empresa para a sua área de atuação em curto, médio e longo prazo? Sua área é estratégica dentro da companhia? Você vislumbra projetos importantes em médio e longo prazo? Sua área de atuação conta com executivos em nível de Vice Presidência ou C-level?

Momento da Empresa:

Vivemos um cenário de negócios complexo e não é incomum vermos grandes corporações passando por momentos de duras dificuldades ao passo que também temos pequenas e médias empresas vivendo momentos muito prósperos. Por isso é extremamente importante considerar qual o momento da empresa. Está em dificuldades? Está em ascensão? Vive um momento de certa estabilidade? Faz sentido minha ida neste momento? Quero encarar este desafio junto com este grupo? Será oportuno para minha carreira?

Por último, mas não menos importante: veja, ouça, sinta e perceba sua intuição!

Como vimos aqui, decisões como esta, infelizmente, não podem ser tratadas de modo absolutamente racional, portanto, após realizar todas estas considerações calmamente e criteriosamente, retire um tempo para refletir e perceber para que lado aponta a sua intuição. A voz do coração sempre encontra uma forma de se pronunciar e quanto mais energia criativa, imaginativa e de realização colocamos em nossos planos, mais facilitamos sua manifestação.

Por Gabriel Toschi de Mattos
Veja também:
Read More
Abordar o assunto pode ser mais simples do que parece quando se tem consciência do próprio trabalho

Romina Muhametaj é a fundadora do Six 7 Radius, agência de marketing, comunicações e relações públicas, além de ser apresentadora do podcast “Coffee with Romina”.

Morando sozinha nos Estados Unidos desde os 17 anos, ela começou a negociar ainda jovem, quando acompanhava de perto o trabalho do pai em negociações B2B. Desde então, ela já atuou com vendas e RH, mas de alguma forma sempre se manteve ligada ao ramo das negociações.

Assim, Romina compartilha algumas dicas úteis para pedidos de aumento de salários e de outras coisas que você possa precisar pedir ou negociar onde trabalha. Veja algumas delas abaixo:

 

Seja claro porque você merece isso

 

Há uma diferença entre querer, precisar e merecer um aumento salarial. E embora você possa pensar que todos os três se aplicam a você, você só terá um aumento se merecer.

“Se você precisa de um salário mais alto porque quer comprar um carro, esse é o motivo errado. Mas se você se comparar com os outros e perceber que está entre os melhores, você ganha o direito de solicitar um aumento de salário”, diz Romina. O importante é se colocar na posição de seu gerente ou empregador. Por mais legais que possam ser, ou queiram ser, eles têm um negócio, e as empresas não têm sucesso oferecendo aumentos salariais às pessoas.

Se você tem um dos melhores desempenhos da empresa ou excede regularmente suas metas, é provável que esteja em uma boa posição para pedir mais dinheiro. Uma empresa que deseja ter sucesso reconhecerá o benefício de investir em seus melhores talentos.

 

Faça a pesquisa

 

Você deve saber que tem um desempenho superior, mas pode provar isso? Romina destaca que as pessoas muitas vezes esquecem o que fazem na sua rotina diária, assim como grande parte do que produziram alguns dias antes e no último trimestre. Da mesma forma, a menos que você esteja sendo microgerenciado (o que provavelmente não é uma posição na qual deseja ocupar, por mais bem pago que seja), é improvável que seu gestor saiba realmente como você está se saindo. Assim, você pode se surpreender com o quão valioso você é quando dedicar um tempo para quantificar seu esforço

“Eu sugiro fazer um mini portfólio”, diz a especialista. Ele não deve ser apenas uma lista do que você fez porque era a sua obrigação, mas também deve conter todos os extras: aquelas partes onde você foi além, os tempos que você excedeu, as metas ou as economias que você foi capaz de fazer para a empresa

“Se você apenas fizer isso por um trimestre e pedir para sentar-se com seu chefe, você pode dizer ‘Ei, eu amo este trabalho a ponto de estar fazendo coisas adicionais’”, explica Romina. “Você não está dizendo que merece um aumento; você provou que merece um aumento. ”

 

Seja confiante

 

Ser confiante é algo mais fácil de falar do que de fato ser. Mas existem coisas que você pode fazer para ajudar. Romina recomenda manter um diário de seus sucessos, contendo onde e quando eles vierem. “Ninguém vai pegar na sua mão e dizer: ‘Ei, olhe para esta lista de coisas que você fez’”, explica ela. “Você tem que fazer reflexões o tempo todo. Sempre que recebo boas notícias, eu as anoto. Cada vez que realizo algo novo, eu anoto. Você pode construir sua própria confiança.

Também é importante perceber que você não tem nada a perder. O pior cenário é que eles digam “não”. E mesmo assim, você não perdeu nada com isso e ainda tem algumas opções. Um “não” pode significar coisas diferentes, como “não agora”. Talvez a empresa simplesmente não possa pagar e ofereça outra coisa, como uma função diferente ou um projeto.

A confiança é o aspecto mais importante. Afinal, se você não consegue se convencer de que merece um aumento salarial, provavelmente terá dificuldade em convencer um chefe. “Comece de dentro, prove a si mesmo, antes de ir para outro lugar”, recomenda Romina. “Depois de construir a partir de dentro, você pode ir para a mesa de negociações com confiança e negociar qualquer número.”

E, se não funcionar, pode não ser uma coisa ruim. Depois de reunir todas as evidências, você pode perceber que é muito melhor do que imaginava: e que já tem tudo o que precisa para conquistar o trabalho dos sonhos.

Por Kwame Christian – artigo publicado pela Forbes, leia o original aqui.

Veja também:
Read More
Profissionais de ESG podem ajudar as empresas a ter protagonismo em seus setores e a impulsionar transformações positivas no mundo ao redor

 

Já está claro para grande parte dos negócios que quem não aderir às práticas de responsabilidade ambiental e social, levando em conta os impactos de suas ações na natureza e suas contribuições às comunidades, vai ficar para trás. Por isso, o conceito ESG (ambiental, social e governança, em português) está ganhando espaço no mundo corporativo e influenciando estratégias que trazem diferenciais competitivos às organizações e possam ajudar a atender as demandas urgentes. No entanto, para alcançar suas metas, as empresas passaram a buscar profissionais especializados no tema, algo que ainda não é tão fácil de encontrar.

De acordo com um levantamento de 2020 do grupo global de capacitação profissional CFA Institute, a demanda por profissionais com expertise em ESG é alta, mas a oferta ainda é baixa. No estudo, a instituição analisou 1 milhão de contas na plataforma LinkedIn e concluiu que menos de 1% dos perfis tinham qualificação na área. Mas, para Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG da KPMG, a intensa procura por especialistas no tema existe desde a Conferência Eco 92, no Rio de Janeiro, quando empresas e gestores começaram a entender a importância da sustentabilidade nos negócios.

“Naquela ocasião, as grandes companhias foram chamadas para discutir a agenda ESG e como colocá-la em prática. A partir dos anos 2000, surgiu um impulso multidirecional, porque muitas empresas, ONGs e institutos perceberam que poderiam ter bons resultados em suas operações ao assumir esse compromisso com o meio ambiente e a sociedade. No entanto, eles começaram, também, a se deparar com a escassez de profissionais e cursos ligados à área”, conta.

A especialista aponta que, atualmente, as pessoas que querem ingressar no mundo do ESG têm mais recursos para se informar e saber como tirar esses princípios do papel. As ofertas de cursos, diretrizes e orientações de entidades do setor cresceram fortemente em razão do acesso à internet. Contudo, o Brasil ainda encontra-se atrasado na formação de profissionais em ESG. “Não há muitas opções de formação no mercado brasileiro. E essa carência ocorre também nos Estados Unidos e em vários países europeus. Mesmo assim, nesses locais, existem programas de estudos voltados à elaboração de estratégias e previsão de impactos para projetos de governança, meio ambiente e questões sociais. São bastante robustos, inovadores e fogem das teorias. E percebo que não temos isso no Brasil ainda. Então, temos um grande lição de casa a cumprir, para que essas iniciativas alcancem as lideranças corporativas e os cidadãos”, explica Nelmara.

A importância de profissionais especializados

Segundo Marlene Oliveira, conselheira da ONG carioca Gera Social, voltada à capacitação de pessoas e organizações em ações sustentáveis, os colaboradores com expertise em ESG podem ajudar as empresas onde trabalham a se tornarem protagonistas nos mercados em que atuam à medida que suas operações impulsionam transformações positivas no mundo ao seu redor. “Trata-se de um conjunto de ações de responsabilidade ambiental, social e ética que pode ser executado pelas empresas. O papel de um profissional ESG é garantir que essas iniciativas sejam eficientes”, pontua. “E isso se torna extremamente relevante num momento em que a sociedade está cobrando posicionamentos e atitudes das companhias frente aos problemas que enfrentamos. As pessoas estão cultivando novos valores e os negócios precisam acompanhar isso, pois suas finalidades não podem se resumir apenas à geração de lucro”, completa.

Outra motivação para a força desse movimento é a pressão do mercado, pois muitos investidores ao redor do mundo estão exigindo melhores práticas das empresas, sob pena de não direcionarem seus recursos a elas. De acordo com um relatório da PwC, os critérios ambientais, sociais e de governança tendem a remodelar as finanças, fundos passivos e gestões. O estudo indica que, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os princípios ESG, o equivalente a € 7,6 trilhões de (US$ 8,9 trilhões). Esse índice é muito maior do que os 15,1% registrados no fim do ano passado. Além disso, 77% dos investidores institucionais pesquisados pela PwC disseram que planejam parar de comprar produtos que não foram confeccionados de modo sustentável nos próximos dois anos.

“A pesquisa é uma prova de que o mercado financeiro percebe que a melhor maneira para um negócio crescer expressivamente é seguir diretrizes sustentáveis. Com as catástrofes climáticas do momento e os problemas sociais, os novos empreendedores devem ter em mente que a gestão social, ambiental e de governança é boa para o mercado e, especialmente, para a sociedade. As empresas que não têm esse compromisso precisam correr contra o tempo para adotar boas práticas, senão perderão relevância, público e credibilidade”, alerta Marlene.

Do outro lado, Nelmara Arbex reforça que as empresas engajadas na agenda ESG tendem a desenvolver estratégias mais eficientes, conquistar melhores resultados e ser mais valorizadas pela ótica do mercado. “Existem empresas que selecionam atualmente seus fornecedores e parceiros por meio de critérios ambientais e éticos. Aquelas que não participam dessa agenda tendem a ficar fora de mercados importantes e estáveis”, afirma. “Tudo indica que a sustentabilidade, hoje, está numa posição de protagonismo em grandes decisões corporativas e políticas, porque ela está ligada à tecnologia e outras inovações que, além de reduzirem emissões de CO2, por exemplo, estão se mostrando muito lucrativas. Então, os negócios que operam sob esses conceitos tornam-se mais competitivos e têm mais acesso a investimentos, créditos e parceiros”, conclui a especialista.

Levando em conta esse cenário, Nelmara aponta que, nas empresas, os profissionais de ESG devem fazer parte de um hub que fiscaliza os diversos setores e se eles estão funcionando com ética, transparência e eficiência. “Esses profissionais vão agir como guardiões da coerência da companhia, principalmente para alertar seus líderes de caminhos perigosos. Qualquer apoio a uma causa, seja para redução de emissões de gases poluentes ou combate às discriminações, deve fazer parte da cultura da organização e de suas decisões cotidianas. E quem contribui para isso é um profissional de ESG.”

Já a conselheira da ONG Gera Social afirma que as empresas são capazes de influenciar culturas, pontos de vista e políticas públicas. E, por isso, também são vistas como elementos de transformação. “Essa percepção foi intensificada pela pandemia à medida que muitas empresas doaram EPIs e recursos financeiros para mitigar os danos. Então, num cenário como esse, um profissional de ESG pode orientar os gestores de uma empresa a adaptar seus negócios às novas realidades e colocar em prática iniciativas que ajudem as pessoas, ao mesmo tempo em que o negócio mantém sua rentabilidade e cria novos valores”, explica.

Outra vantagem em ter um colaborador com essa especialização, segundo Marlene Oliveira, é que ele pode ajudar a transformar a empresa por dentro e por fora. “As medidas adotadas pelas empresas, elaboradas pelos profissionais de ESG, não apenas deixam seus colaboradores mais orgulhosos em fazer parte da organização, como também os incentivam a assumir responsabilidades ambientais e sociais, a fazer parte de voluntariados e a repensar suas ações cotidianas. É uma mudança na comunidade corporativa que passa para as famílias e outras pessoas do entorno. Mesmo que ela não seja radical, mas aos poucos alcança o coletivo”, finaliza.

Visão futurística

Todos os dias, os profissionais especializados em ESG colaboram para que diversas empresas alinhem seus negócios aos esforços de redução de danos ambientais e promoção da diversidade no ambiente de trabalho, como é o caso da produtora de vinhos Veroni. A companhia passou a produzir uma linha da bebida cujo processo de clarificação não envolve produtos de origem animal. E passou a cumprir uma série de responsabilidades econômicas, ambientais e sociais para tornar toda a cadeia produtiva mais justa, o que ajudou a sua vinícola no Chile a conquistar a certificação da Fairtrade International por implementar melhores condições de trabalho aos colaboradores.

Atualmente, 70% dos funcionários da vinícola são mulheres, dos cargos de produção ao C-Level, como CFO, CMO e COO. “Além dessas conquistas, o apoio de profissionais especializados em ESG ajudou os colaboradores a terem uma mentalidade disruptiva, fugindo de abordagens convencionais, e senso crítico a respeito de questões socioambientais, acompanhando questões relevantes”, afirma Leonardo Mencarini, cofundador e CEO da empresa.

No caso da Start Química, a presença de profissionais especializados impulsionou iniciativas de atenuação dos impactos ambientais das suas operações. Todos os produtos de limpeza confeccionados foram reformulados para levar menos água em suas composições. Em 2020, houve um crescimento de 25% nessa categoria de produto, e a meta para esse ano é crescer 35%.

“Percebemos que esses profissionais trazem uma visão futurística das principais tendências e, diante disso, estamos questionando como trabalhamos e implementando métodos para redução de resíduos. Com a ajuda deles, conseguimos implementar, ainda, projetos de logística reversa das embalagens, fazendo com que 60% delas sejam de materiais reciclados”, conta Marcos Pergher, vice-presidente da empresa. “E, com esses princípios, passamos a dar atenção ao nosso consumo de energia e a medir os resultados de longo prazo. Por isso, adquirimos uma planta de energia solar fotovoltaica para que nossas operações funcionem com fontes limpas e renováveis.”

Se você se interessou pelo tema e quer construir – ou pivotar – sua carreira para buscar uma posição como especialista em ESG, veja, na galeria de fotos a seguir, as dicas fornecidas pelos profissionais consultados pela Forbes:

 

 

 

 

 

 

1º Seja curioso e antenado

Para Nelmara Arbex, sócia-líder em ESG da KPMG, quem quer trabalhar de acordo com os pilares ESG deve ser curioso. “É necessário saber o que acontece em todos os setores e esferas, pois, atualmente, todos os assuntos estão conectados à agenda ESG. Por isso, procure acompanhar o que as principais organizações – como GRI (Global Reporting Initiative) e CDP (Carbon Disclosure Project) – estão discutindo a respeito de meio ambiente e direitos humanos”, recomenda a especialista. Esse hábito, segundo Nelmara, ajuda o profissional a estar ciente de todos os passos de empresas e governos em relação à sustentabilidade, suas medidas, resultados e inovações. E como esses exemplos podem ser aplicados nas empresas brasileiras.

 

 

 

 

 

 

 

2º Procure por especialistas

Depois de se inteirar das novidades que acontecem em ONGs e empresas comprometidas com pautas ambientais e sociais, Nelmara Arbex recomenda buscar ajuda de especialistas para tirar dúvidas, encontrar soluções e viabilidades para os possíveis projetos, e estreitar relações com eles. “É necessário pensar em como uma empresa pode tirar um projeto de impacto socioambiental positivo do papel, mas nem sempre teremos as respostas. Por isso, relacione-se com outros especialistas, conheça o que eles já fizeram e conte com o apoio deles para desenvolver um trabalho coerente.” Outra vantagem desse networking, segundo Marlene Oliveira, conselheira da ONG Gera Social, é que, por meio do profissional ESG, uma empresa pode se aproximar de grupos e indivíduos envolvidos em pautas emergenciais nas quais ela pode ajudar. “Dessa maneira, as companhias vão muito além dos associados tradicionais, como acionistas, bancos e fornecedores. E novos stakeholders entram nas práticas de governança da empresa, renovando, então, o seu modelo de negócios”, diz.

 

 

 

 

 

 

 

3º Identifique como contribuir, independentemente da sua formação

Muitos pensam que o ESG pode ser desempenhado apenas por profissionais formados em engenharia ambiental ou áreas correlatas. Contudo, Nelmara Arbex diz que a sigla, na prática, serve para todas as profissões. “São responsabilidades das quais ninguém está isento e uma pessoa de qualquer formação profissional consegue ter uma ótima conexão com essa agenda. Pode ser um advogado, por exemplo, capaz de colaborar com práticas de compliance, pensar em questões sociais, trabalhistas e direitos humanos. Ou então um geólogo, que possa avaliar a geologia de um local e medir suas consequências no ambiente e nas comunidades”, afirma. “A grandeza do ESG é que tudo está conectado e ninguém, independentemente da profissão, classe social, nacionalidade ou raça, pode ficar alheio. Tem casos de pessoas da área de recursos humanos que se tornaram profissionais especializados em sustentabilidade, ajudando em gestão e estratégia. Qualquer curso universitário pode estar conectado aos princípios ESG”, declara.

 

 

 

 

 

 

 

4º Desenvolva sua capacidade de análise

Para Nelmara Arbex, os profissionais em ESG devem ter uma mente analítica capaz de compreender os acontecimentos e elaborar estratégias coerentes. “A situação que o mundo enfrenta é urgente, portanto estamos no momento do fazer acontecer. Isso exige que o profissional saiba onde buscar dados para fazer análises e criar indicadores que o ajudem a reconhecer se aquilo que uma empresa está construindo está indo na direção certa, além de garantir que suas ações de viés ambiental e social sejam eficientes e assertivas.”

 

 

 

 

 

 

 

5º Tenha atitude

De acordo com a conselheira da ONG Gera Social, Marlene Oliveira, um aspecto relevante para todo profissional de ESG é ter atitude. “Não basta apenas reconhecer riscos e oportunidades em projetos de sustentabilidade. As desigualdades sociais e a miséria aumentam a cada dia, assim como as urgências dos efeitos das mudanças climáticas. Por isso, o profissional precisa ser uma pessoa de iniciativa, capaz de gerar transformações nas comunidades, seja uma mudança de curto ou longo prazo. E isso exige, claro, um boa dose de persistência também”, afirma.

 

 

 

 

 

 

 

6º Desenvolva sua capacidade de liderança

Marlene também aponta que a chegada desses profissionais ao mercado de trabalho deixou bem claro para as empresas outro desafio: lidar com as novas lideranças. “Além de sobreviver aos impactos da pandemia de Covid-19, atualmente as empresas precisam se antecipar e mudar suas abordagens conforme o mercado e as culturas. E isso exige profissionais que tenham em mente as demandas nacionais e globais, que enxerguem oportunidades nas adversidades, soluções inovadoras e a força que a diversidade e a sustentabilidade podem trazer a um negócio”, explica a especialista.

 

 

 

 

 

 

 

7º Não deixe o conhecimento tecnológico de lado

Outro competência imprescindível para quem quer se especializar no mundo do ESG, segundo Marlene Oliveira, é ter amplo conhecimento de ferramentas tecnológicas que possam ser aliadas em pautas sociais, ambientais e de governança. “Quem pretende trabalhar neste setor deve estar familiarizado com plataformas de internet, software e redes sociais, pois são recursos que permitem maior acesso à informação, expansão do alcance de suas ações e mensagens, comunicação, parametrização de dados, pesquisas e outras atividades importantes para elaboração de projetos.”

 

 

 

 

 

 

 

8º Busque por especialização

E, por fim, os especialistas ressaltam que, apesar da pequena oferta, o Brasil tem opções de cursos e programas de extensão voltados aos critérios ESG. Entre as recomendações, estão os cursos oferecidos pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (FGVces), em São Paulo, como o mestrado profissional em gestão para competitividade e sustentabilidade, com duração de 18 meses. A própria KPMG, da qual Nelmara faz parte, tem uma opção rápida, batizada de Environmental, Social & Governance, que em 24 horas prepara executivos para aliar suas gestões a questões ambientais, sociais e governança. Já a ONG Gera Social, onde atua Marlene, estruturou o curso ESG: do Discurso à Prática para Gerar Impacto, com aulas online divididas em quatro módulos, para aprofundar o conhecimento sobre sustentabilidade, impacto social e governança, além de destacar tendências que afetam o mundo dos negócios e caminhos para o desenvolvimento de carreira que gerem impacto. Outras opções são o MBA em compliance e governança da FACE-UnB (Universidade de Brasília) e o curso Gestão ESG: Sustentabilidade e Negócios, do Insper.

Leia o original aqui.

Veja também:
Read More

Considerar a imprevisibilidade do mercado é uma ciência de incertezas. Mesmo assim, é possível se preparar para o susto.

 

A gestão de risco é uma pauta recorrente entre a liderança corporativa. Etimologicamente, a palavra se origina do latim – riscare – e significa “o ato de ousar”. Na prática, isso quer dizer que a mitigação de problemas e imprevistos está intrinsecamente ligada à capacidade dos líderes de inovar na tomada de decisões.

Do ponto de vista operacional, esse tipo de gerenciamento faz parte da governança da empresa, uma vez que os riscos precisam ser identificados, medidos, tratados e monitorados pelos diretores. “Costuma-se entender o risco como a possibilidade de algo não dar certo, ou ser imprevisível, mas seu conceito no mundo corporativo envolve a quantificação e a qualificação da incerteza. Dado que o risco é inerente a qualquer atividade empresarial, cabe às empresas gerenciarem as suas tomadas de decisão, de forma a reduzir a volatilidade dos seus resultados e aumentar a previsibilidade dos cenários possíveis”, explica Marcos Sardas, conselheiro de empresas e sócio diretor da Exxe Consultoria Empresarial.

E se não há como fugir da imprevisibilidade causada por fatores externos, o que os gestores devem buscar é a redução de danos frente a esse tipo de situação. Para Andreia Loures-Vale, consultora de carreira e autora do livro “Domador de Rinocerontes”, o processo de gerenciamento de risco envolve, ainda, a capacidade de evitar esses problemas, bem como a de assumi-los .“Infelizmente ou felizmente, a maioria dos líderes se viu forçada a dar mais atenção à gestão de riscos diante da pandemia da Covid-19, seja na manutenção de seus negócios e times, nas movimentações necessárias para sobreviver frente às mudanças ou, no pior dos cenários, para simplesmente encerrar suas atividades. E apesar de estarmos em um mundo onde o caos é a regra, o líder do futuro precisa desenvolver sua capacidade de ler e interpretar uma certa ‘ordem’ nisso”, descreve.

Em um primeiro momento, segundo os consultores, os gestores podem e devem se apegar às principais áreas do negócio para planejar sua conduta frente aos imprevistos. Entre elas estão o setor de operações – cujos riscos incluem perda de faturamento, fuga de talentos, danos à imagem e ações trabalhistas -, o setor financeiro – que envolve casos de fraudes, investimentos mal feitos, comprometimento do caixa e práticas comerciais inadequadas – , e o setor estratégico, que engloba falhas no modelo de negócio e baixa competitividade da marca. Este último tipo, de acordo com Sardas, corresponde a, aproximadamente, 60% das principais perdas de valor de mercado das empresas globais.

Vale lembrar, ainda, que a maior parte dos riscos é passível de algum grau – mesmo que mínimo – de previsibilidade. Assim, saber interpretar e identificar os sinais de alerta com antecedência pode não só preservar o negócio do impacto como conferir vantagem frente aos concorrentes.

A pedido da Forbes, os especialistas identificaram os principais riscos corporativos que as empresas enfrentam e o que os líderes podem fazer para vencê-los. Veja, a seguir, quais são eles:

1 – Perda de funcionários

Dados do Gallup, especialista em pesquisa de opinião, mostram que 70% do engajamento de uma equipe são atribuídos à qualidade do líder. Em outra pesquisa, desta vez da “Harvard Business Review”, 65% dos funcionários disseram que aceitariam um corte no salário se o seu superior fosse substituído por alguém melhor. Para os especialistas, esta é justamente a principal causa da perda de talentos em uma companhia. “Hoje temos a necessidade de uma liderança sofisticada, mais humana com seus liderados e com si mesma”, explica Andreia. No contexto do pós-pandemia, eles reforçam que chefes que não colocaram o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores como prioridade, tendem a sair perdendo. Entre as ações que podem ser colocadas em prática para reverter essa situação está a adoção do home office ou do regime híbrido de trabalho, maior flexibilidade de horário e tomada de decisões conjuntas com a equipe. “Buscar uma nova estrutura organizacional e dar incentivos para a experimentação – inovação e crescimento – também são tônicas para a sobrevivência dos times e a atração de novos talentos”, completa a autora.

2 – Risco cibernético

Com a transformação digital, os ataques cibernéticos aumentaram de frequência e de importância nas empresas. Nos últimos meses foram notificados casos na JBS, Facebook, Sony, Netshoes e até mesmo no STF (Supremo Tribunal Federal), entre um número imenso de vítimas corporativas. Uma das maneiras de lidar com a questão é investindo no departamento de TI, assim como na contratação de consultorias especializadas em segurança digital – e essa deve ser uma decisão alinhada com a liderança, de forma que toda a corporação entenda o tamanho do problema e se sinta encorajada a contribuir para minimizar os riscos. No entanto, uma vez que a invasão ou ataque já tenha acontecido, cabe aos líderes gerenciar a questão. “Têm sido muito frequentes ataques de hackers que comprometem o funcionamento das empresas, paralisando-as, exigindo resgates milionários e roubando informações sigilosas. Isso transfere a responsabilidade para a alta direção e para o conselho de administração”, afirma Sardas.

3 – Prejuízo à reputação e imagem

Escândalos de reputação e imagem são outro ponto que merecem a atenção dos líderes. A vigilância das redes sociais e a cultura do “cancelamento” trouxeram uma relevância ainda maior para o posicionamento das empresas frente a assuntos de cunho moral, social e discriminatório. Além disso, casos de implicação legal, como esquemas de corrupção, também podem criar percalços duradouros na trajetória da marca. Ainda nesse cenário, Andreia Loures-Vale cita as políticas ambientais, que hoje em dia já são critério de escolha entre os consumidores. Apesar da melhor medida contra esse tipo de risco ser a prevenção, uma vez que o problema já tenha acontecido a melhor saída é estabelecer um diálogo com os clientes. “A recuperação passa a depender de esforços significativos para a reconstrução da confiança”, resume Sardas.

4 – Alterações legais e tributárias

Frequentemente as empresas são surpreendidas pelas autoridades governamentais com mudanças envolvendo impostos, padrões regulatórios, investimentos, aportes de capital, tributação e direitos trabalhistas. “Tais alterações influenciam os resultados e, muitas vezes, comprometem o caixa e a estabilidade financeira”, aponta o conselheiro. Uma maneira de não ser pego de surpresa por essas alterações, segundo os especialistas, é ficar atento às discussões do Congresso. Dessa forma, o líder poderá se planejar a médio ou longo prazo para absorver as mudanças. Eles lembram, ainda, que nem todas as reformas são negativas, e que algumas chegam até mesmo a favorecer o desenvolvimento do negócio.

5 – Fraudes contábeis e de balanços

Faturamentos e reembolsos irregulares, lançamentos de pagamentos fictícios, alterações, desvios, roubos nos estoques, omissões ou falsificações de operações são alguns dos exemplos de fraudes contábeis que podem gerar graves consequências para uma empresa. Para além da questão moral, os líderes devem ficar cientes sobre as informações financeiras que são divulgadas para o público e quais métodos estão sendo utilizados pela equipe para o estabelecimento desses números. Maquiar ou alterar dados pode, quando descoberto, criar um cenário de quebra de credibilidade semelhante ao risco de imagem e competência. A diferença aqui, alertam os consultores, é que a falta de confiança não atinge somente os clientes, mas todos os membros da equipe.

6 – Problemas de caixa

Quando o assunto é orçamento, vale o ditado: “Nas empresas o caixa é soberano”. Para Andréia e Sardas, as causas do problema são variadas e incluem despesas elevadas com a administração, diminuição repentina das vendas, processos pouco eficientes, resultados negativos recorrentes, políticas salariais sem planejamento, giro de estoque lento e investimentos mal dimensionados. Nessas situações, cabe aos líderes e gestores o planejamento de medidas que aliviem parte do problema, incluindo cortes de gastos. Por outro lado, a melhor maneira de prevenir o risco é calcular em detalhes os gastos do negócio. “Mesmo empresas que possuem uma situação econômica estável, devem ter o caixa como balizador de suas ações”, finaliza o executivo da Exxe Consultoria Empresarial.

Por Maria Laura Saraiva

Matéria publicada na Forbes, veja o original aqui

Veja também:
Read More

A sensação de falta de confiança pode estar associada a uma atitude defensiva dos subordinados que resistem a se envolver no processo de liderança

“Meu chefe não parece estar preparado para tomar algumas decisões. Tenho dificuldades em confiar nele. Como melhorar a nossa relação?”

Por Elza Veloso

Atualmente, consideramos a liderança um processo que depende do líder, dos seguidores e do contexto.

Embora nem sempre um chefe seja reconhecido como um bom líder, o fato de uma pessoa ocupar um cargo de chefia confere a ela o poder legítimo, reconhecido pela estrutura organizacional e pelas regras de subordinação de uma empresa.

Mesmo sabendo que a liderança depende de consentimento dos liderados, o poder do cargo faz com que o ocupante de uma posição tenha autoridade para determinar a maneira como a equipe será conduzida.

Nessa situação é importante que os subordinados reconheçam que, o que pode parecer despreparo do chefe para tomar decisões, muitas vezes pode ser reflexo do estilo que essa pessoa usa para decidir em determinadas situações.

Na visão atual, entendemos também que o líder pode variar seu estilo, dependendo da situação e do momento da equipe, o que pode confundir os subordinados quanto à sua competência.

Refletir sobre o processo de liderança é algo que pode ajudar liderados a entenderem que a observação quanto às reações e atitudes de um líder pode levar a interpretações equivocadas, principalmente porque os líderes costumam ter prioridades que nem sempre são tão claras para seus liderados.

Quando a pessoa assume um cargo de gestão, ela precisa assumir uma posição de atuação política que, muitas vezes, levam a decisões mais importantes no longo prazo e que não são tão visíveis no dia a dia da equipe.

Diante dessa complexidade que envolve a relação entre o chefe e sua equipe, a sensação de falta de confiança pode estar associada a uma atitude defensiva dos subordinados que, ao não se identificarem com o chefe, resistem a se envolver e a contribuir com o êxito do processo de liderança.

Para facilitar essa relação, algumas possibilidades de mudança de comportamento podem ser de grande valia:

Diminua os julgamentos negativos: quando a pessoa recebe um cargo de liderança, passa a ser observada e, consequentemente, julgada por seus subordinados.

Muitas vezes, os julgamentos negativos impedem a criação de laços e levam a um ciclo vicioso em que a confiança diminui, faz com que a produtividade não seja satisfatória e isso leva a uma diminuição ainda maior da confiança.

Então, a redução dos julgamentos negativos quanto ao seu chefe e a consequente concentração nos resultados do trabalho é algo que pode ajudar a melhorar a relação.

Busque aproximação: a resistência à aceitação da pessoa como líder e a falta de confiança podem gerar um afastamento difícil de ser contornado.

E ninguém ganha com isso… Chefes, subordinados e outros envolvidos com a equipe podem ser prejudicados por essa falta de harmonia interna.

Então, para melhorar essa situação, o subordinado pode tentar se aproximar do líder de forma mais aberta, investindo na construção de um relacionamento genuíno.

Tenha empatia: quando o líder tem características pessoais diferentes das dos seus subordinados, por conta do seu comportamento, pode gerar uma situação em que que ambas as partes tenham dificuldade de ser empáticas uma com a outra, ou seja, perde-se a capacidade de entender o que a outra pessoa está sentindo.

Esse fato pode fazer com que a intolerância a decisões do chefe que não sejam tão acertadas aumente demais, levando à incapacidade de reconhecer os acertos de outras decisões.

Seja confiável: mesmo quando não sentimos confiança em nosso chefe, é muito importante desenvolvermos a capacidade de mostrar que ele pode confiar em nosso trabalho e no relacionamento amigável que somos capazes de proporcionar.

Isso pode ativar o efeito recíproco da confiança e gerar um ambiente de trabalho mutuamente gratificante.

Procure contribuir com as decisões: Os problemas de relacionamento podem levar um subordinado a se afastar de suas possibilidades de contribuir para que as decisões do chefe sejam mais assertivas.

Então, ao invés de esperar que o chefe decida sozinho, é você quem pode colaborar com opiniões e até mesmo com informações que sejam contributivas e que melhorem o processo decisório da equipe como um todo.

A liderança é um exercício de autoconhecimento e, mesmo na posição de subordinado, é importante identificar a importância do seu papel profissional, reconhecendo em si mesmo o papel que pode exercer no processo de liderança.

A dificuldade de relacionamento, especialmente com os chefes, pode ser prejudicial para a carreira de qualquer pessoa.

Também é preciso lembrar que o subordinado de hoje pode ser o chefe de amanhã. O próximo a ocupar uma posição maior na hierarquia da empresa pode ser você! Então, aproveite as oportunidades que tiver para aprender com os erros e acertos do seu chefe e torne-se um profissional melhor.

Matéria publicada na revista Infomoney, leia na íntegra aqui.

Veja também:
Read More

Replacement

Soluções estratégicas em transição, movimentação de carreira e recolocação aliadas ao mapeamento de oportunidades e exposição ao mercado-alvo.
O Replacement é um processo inovador voltado para o desenvolvimento de conexões estratégicas com o mercado.
Através de uma metodologia moderna e inovadora – centrada na conectividade do cliente com o mercado e na construção de relacionamentos de valor – asseguramos melhores resultados para nossos assessorados.
Muito além do tradicional Outplacement, a Connection vai com você ao mercado!

Grow-up

Levantamento e estudo de perfil

Planejamento de Carreira e definição das estratégias de transição

Estratégia de comunicação com o mercado – currículo oficial.

Reposicionamento digital do Linkedin – Digital Intelligence.

Narrativa de carreira e simulação de entrevista com feedback

Enquadramento de mercado-alvo.

Show-up

Mapeamento de oportunidades e conexão com o mercado alvo.

Exposição estratégica do perfil a headhunters e empresas target.

Networking – abordagem e relacionamento com o mercado.

Acompanhamento e monitoramento continuo dos processos.

Suporte na negociação e análise de propostas.

Orientação para inicio no novo desafio e coaching pós-colocação.

Comunicação da recolocação ao mercado.

Go To Market Connection

A Connection foi pioneira no rompimento do modelo tradicional de Outplacement no Brasil e conta com uma equipe de inteligência de mercado dedicada ao mapeamento de posições dentro do perfil do executivo, além de uma rede exclusiva de relacionamento para key networking.

Metodologia

Depoimentos

Executivos recolocados em:

Ficou interessado? Entre em contato pelo formulário abaixo!

Identidade-Connection-18
Read More