Tag Connection recolocação Profissional

Um processo de alto nível em demissão responsável começa antes do dia “D” (Dia da Demissão) com a realização do planejamento do processo e a definição dos objetivos, etapas e responsabilidades, bem como com a preparação do executivo que irá conduzir a demissão para que ele tenha claro os motivos do desligamento, todos os benefícios e verbas rescisórias que o profissional terá direito e o traquejo social necessário para conduzir a demissão. Em uma era onde a ética empresarial e a responsabilidade social são de suma importância, o Outplacement emerge como uma ferramenta indispensável para empresas que desejam conduzir processos de desligamento de forma digna e humana. Ao adotar tais práticas, as empresas não apenas assistem seus ex-colaboradores, mas também fortalecem sua marca e reputação no mercado.
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Desde o retorno aos escritórios, seguido da pandemia, questões como custo de vida voltaram ao centro do debate para muitos profissionais que consideram uma transição de carreira com base em localização geográfica. O interior do estado de São Paulo, comparativamente a outros estados, possui uma vasta gama de oportunidades em segmentos bastante diversos, com cidades com menor custo e com uma qualidade de vida que se diferencia muito da capital, que se caracteriza pelo alto custo de aluguéis, violência e trânsitos intermitentes.
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Diante do cenário atual, a Connection, especializada em recolocação profissional no mercado financeiro, propõe algumas considerações aos profissionais do setor visando aumentar sua compreensão sobre a realidade do mercado e elucidar estratégias, possíveis desafios e alternativas de carreira para àqueles que desejam se antecipar as mudanças.
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O LinkedIn é a primeira ferramenta de headhunters para buscar profissionais para ocupar cargos estratégicos

 

Cuidar do seu perfil no LinkedIn é passo essencial para quem quer ser notado e busca novas oportunidades no mercado. A plataforma digital é usado por recrutadores e também é um ponto de partida, muitas vezes, para headhunters realizarem engrossarem a lista de candidatos a um cargo. “O Linkedin se consolidou como a principal vitrine para mostrar sua trajetória profissional”, conta Luis Giolo, sócio da Egon Zehnder no Brasil, uma das maiores consultorias de head hunting no mundo.

Não é necessário ter a versão premium  para aparecer bem nas pesquisas mas, sim, você tem que formatar o seu perfil de olho em alguns aspectos. A seguir, headhunters dão dicas para ajudar o algoritmo a trabalhar para você nessa rede social.

1 – Organize seu título

Na sua tagline (título) no LinkedIn, coloque as informações essenciais para que um headhunter identifique sua área e especialidade. Essas informações devem ser divididas e organizadas em categorias. “Com um título bem formulado, os headhunters e recrutadores conseguem ter uma noção rápida daquilo que você faz e dar um match com a posição para a qual estão buscando”, diz Rodrigo Forte, sócio-fundador da consultoria especializada em executive search EXEC.

2 – Inclua realizações

A listagem dos cargos ocupados ao longo da sua trajetória profissional não é o suficiente para um headhunter conhecer suas competências e realizações. Assim, deve ser destacado delas o que for realmente importante para a sua carreira, como o tamanho das suas responsabilidades, as habilidades adquiridas e os resultados conquistados de forma concisa e objetiva. Para destacar a relevância do seu perfil, “tenha o máximo de dados e números relevantes possível”, diz Giolo.

Outro ponto de atenção é para os profissionais que evoluem de posição em uma companhia, mas registram apenas o cargo mais recente em seu perfil no LinkedIn.  “Detalhar toda a sua jornada na empresa e as conquistas que o levaram até a posição atual revela muito sobre seu perfil, comprometimento e performance profissionais”, diz Fernando Machado, consultor da Russell Reynolds Associates.

3 – Descreva-se de acordo com suas metas

A seção “Sobre” do LinkedIn deve ser uma pequena descrição para demonstrar seu perfil e postura profissionais. Com isso, coloque nesse pequeno texto suas experiências de forma a destacar suas competências, habilidades e conquistas resumidamente. “Deve ser tomado o devido cuidado para não parecer soberbo e usar corretamente a língua portuguesa (ou o inglês)”, diz Machado.

Para escrever a sua descrição, esteja atento à construção do texto. “Você deve buscar atrair seu público com a primeira frase e mantê-los engajados no resto da descrição – mantendo-a nítida e direto ao ponto, enquanto dá uma noção de quem você é”, diz Giolo.

4 – Deixe evidentes suas metas profissionais

Deixe claro os seus objetivos profissionais para que o headhunter os identifique facilmente e avalie se eles são compatíveis com o perfil de profissional buscado. “Não os restrinja tanto para não perder boas oportunidades, especialmente nas quais áreas você não pensaria em trabalhar”, diz o consultor da Russell Reynolds.

5 – Não pareça desesperado pelo emprego

Por fim, não escreva que você está buscando outras oportunidades nessa seção do seu perfil, porque isso pode parecer que você está desesperado por emprego, de acordo com Giolo. “Se você não estiver empregado, pode selecionar a opção Open To Work disponível na plataforma e ficar claramente visível para quem está buscando.”

6 – Ajude o algoritmo

Assim como outras plataformas digitais, o LinkedIn também funciona por meio de algoritmos. O conteúdo que os headhunters recebem e os perfis que são mais facilmente encontrados por eles incluem elementos que o algoritmo entende como pertencentes ao que o profissional de executive searching está procurando.

De olho nisso, no seu perfil, você deve usar palavras-chaves da área ou do cargo no qual você quer trabalhar, utilizar inserir na sua descrição e detalhes que direcionam diretamente para seus objetivos profissionais. “Para isso, veja se os perfis daquelas pessoas que ocupam os cargos dos seus sonhos abordam os mesmos elementos”, sugere Luis Giolo. Finalmente, formação e localização são detalhes de um perfil profissional que podem proporcionar mais acessos ao perfil do usuário.

“Quando o recrutador vai fazer uma busca ele sempre tem as palavras-chave para colocar na pesquisa e encontrar o profissional. Então, busque redigir seu LinkedIn conforme sua área de atuação e seus objetivos de carreira”, resume o sócio-fundador da EXEC.

7 – Se engaje na plataforma (com cuidado)

O algoritmo do LinkedIn, mencionado no último ponto, faz os perfis de pessoas que se engajam na plataforma aparecer melhor nas buscas e em maior proporção nos feeds das suas conexões e de outras pessoas. “Vale se manter ativo para ter destaque”, opina Fernando Machado. “Ele pode ser um ponto de diferenciação para atrair seu público, mas não se envolver não fará de alguém um candidato menos atraente.”

“As atividades [do usuário no LinkedIn] também são analisadas e vistas pelos executive searchers como posicionamento do profissional no mercado”, pontua Luis Giolo, da Egon Zehnder. “Dessa forma, as publicações, curtidas, comentários e compartilhamentos, por exemplo, tornam-se uma maneira de avaliar se os candidatos estão alinhados com os valores e cultura da empresa representada pelo executive searcher”. Nessa lógica, você, como usuário do LinkedIn também deve estar atento ao conteúdo desses engajamentos para que o teor deles não o impeça de ser impeça para alguma posição no futuro.

Matéria publicada originalmente em Forbes, leia mais em: https://forbes.com.br/carreira/2022/11/como-deixar-seu-perfil-no-linkedin-mais-atraente-para-headhunters/

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A curiosidade pode ser um diferencial para candidatos em processos seletivos. Mas é preciso saber usar isso a seu favor

Há muitas novas oportunidades de carreira no horizonte – e pode ser um bom momento para procurar um novo emprego, uma nova empresa ou uma nova função. De acordo com alguns estudos, 40% das pessoas estão pensando em deixar o empregador atual. Além disso, uma pesquisa da Oracle e Workplace Intelligence mostrou que 85% das pessoas estão insatisfeitas com seu empregador atual e 83% estão prontas para fazer uma mudança. Já um estudo da Visier mostrou que 32% das pessoas já deixaram o emprego em 2021. Tudo isso significa que, além da oportunidade, também há muita competição – então você precisa se destacar. E mostrar o quão criativo você é pode ser a maneira de fazê-lo, de acordo com uma nova pesquisa.

A curiosidade é essencial

 

Se você está procurando por um novo emprego, saiba que os gerentes de recursos humanos também estão procurando por você – e eles estão se esforçando bastante para encontrar as pessoas certas. Um estudo recente do SAS entrevistou mais de 2 mil líderes de cinco setores e seis países diferentes. Deles, 62% dizem que é difícil encontrar pessoas com habilidades técnicas e 60% relatam que têm dificuldade em encontrar aqueles com as soft skills de que precisam. E entre esses atributos, está a curiosidade.

A curiosidade está emergindo como um traço crítico. O impulso de buscar novas informações, explorar novas experiências e descobrir novas possibilidades é valioso de muitas maneiras e está ganhando força significativa como habilidade profissional. Dados do LinkedIn mostram que as postagens que mencionam a curiosidade aumentaram 71% e, quando há uma discussão sobre curiosidade, o envolvimento com essas postagens cresce ainda mais, atingindo uma marca 158% de 2020 a 2021. Além disso, as ofertas de empregos que mencionam a necessidade de curiosidade aumentaram 90%.

De acordo com o estudo do SAS, os gerentes de RH também acreditam que a curiosidade é crítica. Deles, 72% relatam que acreditam que ela é uma característica valiosa. Já 51% afirmam que se tornou mais importante com o tempo. Os líderes também acreditam que isso gera impacto nos negócios (59%) e melhor desempenho (51%).

A curiosidade também é um traço relevante, independentemente do tipo de papel que você desempenha. Os líderes do estudo SAS acreditam que é importante para executivos de C-level (58%), diretores e líderes de departamento (56%), gerentes de nível médio (51%) e funcionários de nível básico (53%).

Como se destacar

 

Mas com toda a competição por empregos, não será suficiente apenas dizer que você é uma pessoa curiosa, você também precisará conectar sua curiosidade com seu impacto e os resultados de negócios que você vai gerar. Veja como enfatizar sua curiosidade das maneiras que mais importam para a contratação de líderes:

Destaque sua eficácia.

De acordo com o estudo, 62% dos líderes acreditam que a curiosidade está associada a uma maior eficiência e produtividade. Descreva como sua curiosidade impulsiona seu desejo de melhorar o tempo todo, aprimorar seus métodos e entregar resultados.

Destaque sua inovação.

Os líderes também acreditam que a curiosidade está associada ao pensamento criativo (62%), ao desenvolvimento de novas soluções (62%), à capacidade de enfrentar problemas complexos (55%). Em sua entrevista, conte histórias sobre como sua curiosidade o inspira a pensar de novas maneiras e encontrar novas soluções para problemas. Dê exemplos de onde suas abordagens inovadoras afetaram os resultados positivos em seu trabalho anterior.

Destaque seu trabalho em equipe.

Também existe a crença entre 58% dos gerentes de que a curiosidade está relacionada à colaboração eficaz e ao trabalho em equipe. E ser um jogador de equipe é sempre um atributo em demanda. A curiosidade está ligada à empatia que, por sua vez, está ligada a relacionamentos positivos. Quando você está realmente curioso sobre os outros, você faz perguntas, busca entender seus pontos de vista e aprender com eles. Tudo isso contribui para uma colaboração eficaz – você aprecia os colegas e contribui para reunir vários pontos de vista e trabalhar de forma eficaz para cumprir objetivos comuns. Explique como sua curiosidade afeta os relacionamentos construtivos que você constrói com os colegas.

Destaque sua resiliência.

Líderes (56%) também veem uma conexão entre curiosidade e adaptabilidade. Faz sentido que, quando você se depara com novas situações e ambigüidades, que prometem estar no horizonte por muitos anos, a curiosidade pode ajudá-lo. Imaginar, questionar e descobrir novas abordagens contribuem para a capacidade de reinventar e reimaginar quando as coisas mudam. Movendo-se para um futuro incerto de trabalho, você vai querer compartilhar exemplos de como sua curiosidade o inspirou a fazer mudanças, adaptar-se e flexibilizar para prosperar.

Destaque o seu compromisso.

Os líderes (58%) também acreditam que a curiosidade está relacionada a um maior engajamento e satisfação. Além disso, os dados sugerem que, quando as pessoas relatam maior curiosidade, são mais propensas a se envolver e ficar satisfeitas com seu trabalho em comparação com contrapartes menos curiosas (71% em comparação com 54%) e são mais propensas a se sentirem motivadas para ir além (70% em comparação com 39%). Este tipo de compromisso, esforço e engajamento irá diferenciá-lo. Em suas discussões, fale sobre como a curiosidade o mantém interessado, envolvido e revigorado com seu trabalho – e como isso o leva a demonstrar resultados significativos.

Conclusão

A oportunidade de crescimento na carreira hoje é significativa e agora é a hora de encontrar um trabalho que seja inspirador e significativo – na sua empresa atual ou em uma nova organização. O traço de curiosidade pode ser uma das maneiras mais poderosas de se elevar acima de outros candidatos. Conte histórias, dê exemplos e articule todas as maneiras pelas quais você é curioso, criativo, colaborativo, eficaz, flexível e comprometido. Isso impulsionará o seu sucesso em direção a um novo emprego, mas, mais importante, impulsionarão sua própria felicidade, motivação e satisfação.

Publicado originalmente em https://forbes.com.br/carreira/2021/12/como-usar-da-curiosidade-para-se-destacar-em-processos-seletivos/

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Transição pode se tornar um pouco mais simples quando as competências profissionais são olhadas sob uma nova perspectiva

No livro “How Universities Die” (“Como as Universidades Morrem”, em tradução livre), o acadêmico australiano Peter Fleming lamenta a influência neoliberal presente na academia nos últimos 20 anos. Ele acredita que essa linha de pensamento está resultando no lento desaparecimento de instituições que já foram grandes no passado. Uma parte central de sua tese é que as universidades deixaram de ser locais de exploração intelectual para se transformar em criadouros para a próxima geração de trabalhadores.

A grande e velha questão é se as universidades devem apoiar pesquisas acadêmicas generalizadas ou se devem agir mais como uma preparação para carreiras específicas. Sobre isso, uma pesquisa recente da Rice University sugeriu que os estudantes ganham mais quando sua graduação está estreitamente vinculada a seus empregos.

“A ligação entre a faculdade e a ocupação foram positivamente relacionadas aos salários”, escreveram os pesquisadores. “Em particular, esse vínculo foi capaz de aumentar o valor recebido por trabalhadores que atuavam especificamente com o que estudaram, quando comparado aos demais”

HABILIDADES TRANSFERÍVEIS

O outro lado do argumento é fornecido por um relatório da London School of Economics, que destaca a importância das competências transferíveis. Os autores sugerem que, em um mundo em que os empregos mudam tão rapidamente, esse tipo de habilidade é cada vez mais importante. O problema é que nem as universidades conseguem ensiná-la, nem os empregadores estão dispostos a investir nisso – apesar de admitirem sua importância.

“A maioria das habilidades que os empregadores descobrem que faltam entre os funcionários são as transferíveis: só as lacunas envolvendo a capacidade analítica contribuem para 40% de todas as vagas com escassez de talentos, assim como conhecimentos envolvendo tecnologia e TI, que são responsáveis por um terço do mesmo problema”, escreveram os pesquisadores. “Em relação às competências pessoais, tanto em 2015 como em 2017, a habilidade mais escassa no mercado de trabalho foi a capacidade de gerir o próprio tempo e a priorização de tarefas.”

Como estamos em meio à chamada “Grande Renúncia”, onde muitos profissionais estão pensando em mudar para novos empregos ou novas carreiras, ter um bom domínio das competências que possuímos e que podem possibilitar tais transições é fundamental. No livro “Next Move, Best Move” (“Próximo Passo, Melhor Movimento”, em tradução livre), a especialista em desenvolvimento de carreira Kimberly Cummings descreve como você pode conduzir uma “auditoria de habilidades” adquiridas em cada função desempenhada ao longo da sua vida. Kimberly defende que você deve separar as competências a partir do que você quer ou não continuar usando no futuro.

DESCOBRINDO SUAS HABILIDADES

A autora ensina um modelo que você pode usar para colocar em prática essa auditoria de habilidades, embora, é claro, você também possa usar apenas um caderno e uma caneta. O importante é que você seja capaz de realizar uma avaliação precisa das habilidades que você já adquiriu e também das que você deseja desenvolver na sua futura carreira. Kimberly recomenda as seguintes perguntas:

  1. Quais são as principais habilidades que você adquiriu ao longo de sua carreira?
  2. Quais habilidades você considera seus pontos fortes?
  3. Que habilidades o ajudaram a obter os melhores resultados?
  4. Que habilidades se vê ensinando aos outros?
  5. No seu futuro profissional, quais habilidades você prefere não usar?
  6. E quais habilidades você deseja usar em sua próxima função?

“Depois de responder a essas perguntas, você deve ter uma lista clara das habilidades transferíveis que você gostaria de continuar a usar em sua carreira”, escreve a especialista.

DEMANDA DE HABILIDADES

Não apenas as habilidades sociais estão entre as mais transferíveis, mas também entre as mais solicitadas. Uma análise realizada há alguns anos pela plataforma de aprendizado Udemy descreveu as competências mais valiosas no mercado de trabalho atualmente. Elas incluem:

  • Conflito de gestão;
  • Gerenciamento de tempo;
  • Gerenciamento de estresse;
  • Habilidades de comunicação;
  • Atendimento ao cliente;
  • Inteligência emocional;
  • Narrativa;
  • Mudar a gestão.

Compreender não apenas as habilidades transferíveis que você possui, mas também as que são consideradas valiosas em uma grande variedade de profissões, provavelmente será importante em um futuro do trabalho onde teremos várias carreiras diferentes. Ser capaz de ligar os pontos entre eles e entender o que pode ser aplicado de maneira nova é uma habilidade que por si só será cada vez mais importante.

Matéria publicada pela Forbes, leia o original aqui.

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Considerar a imprevisibilidade do mercado é uma ciência de incertezas. Mesmo assim, é possível se preparar para o susto.

 

A gestão de risco é uma pauta recorrente entre a liderança corporativa. Etimologicamente, a palavra se origina do latim – riscare – e significa “o ato de ousar”. Na prática, isso quer dizer que a mitigação de problemas e imprevistos está intrinsecamente ligada à capacidade dos líderes de inovar na tomada de decisões.

Do ponto de vista operacional, esse tipo de gerenciamento faz parte da governança da empresa, uma vez que os riscos precisam ser identificados, medidos, tratados e monitorados pelos diretores. “Costuma-se entender o risco como a possibilidade de algo não dar certo, ou ser imprevisível, mas seu conceito no mundo corporativo envolve a quantificação e a qualificação da incerteza. Dado que o risco é inerente a qualquer atividade empresarial, cabe às empresas gerenciarem as suas tomadas de decisão, de forma a reduzir a volatilidade dos seus resultados e aumentar a previsibilidade dos cenários possíveis”, explica Marcos Sardas, conselheiro de empresas e sócio diretor da Exxe Consultoria Empresarial.

E se não há como fugir da imprevisibilidade causada por fatores externos, o que os gestores devem buscar é a redução de danos frente a esse tipo de situação. Para Andreia Loures-Vale, consultora de carreira e autora do livro “Domador de Rinocerontes”, o processo de gerenciamento de risco envolve, ainda, a capacidade de evitar esses problemas, bem como a de assumi-los .“Infelizmente ou felizmente, a maioria dos líderes se viu forçada a dar mais atenção à gestão de riscos diante da pandemia da Covid-19, seja na manutenção de seus negócios e times, nas movimentações necessárias para sobreviver frente às mudanças ou, no pior dos cenários, para simplesmente encerrar suas atividades. E apesar de estarmos em um mundo onde o caos é a regra, o líder do futuro precisa desenvolver sua capacidade de ler e interpretar uma certa ‘ordem’ nisso”, descreve.

Em um primeiro momento, segundo os consultores, os gestores podem e devem se apegar às principais áreas do negócio para planejar sua conduta frente aos imprevistos. Entre elas estão o setor de operações – cujos riscos incluem perda de faturamento, fuga de talentos, danos à imagem e ações trabalhistas -, o setor financeiro – que envolve casos de fraudes, investimentos mal feitos, comprometimento do caixa e práticas comerciais inadequadas – , e o setor estratégico, que engloba falhas no modelo de negócio e baixa competitividade da marca. Este último tipo, de acordo com Sardas, corresponde a, aproximadamente, 60% das principais perdas de valor de mercado das empresas globais.

Vale lembrar, ainda, que a maior parte dos riscos é passível de algum grau – mesmo que mínimo – de previsibilidade. Assim, saber interpretar e identificar os sinais de alerta com antecedência pode não só preservar o negócio do impacto como conferir vantagem frente aos concorrentes.

A pedido da Forbes, os especialistas identificaram os principais riscos corporativos que as empresas enfrentam e o que os líderes podem fazer para vencê-los. Veja, a seguir, quais são eles:

1 – Perda de funcionários

Dados do Gallup, especialista em pesquisa de opinião, mostram que 70% do engajamento de uma equipe são atribuídos à qualidade do líder. Em outra pesquisa, desta vez da “Harvard Business Review”, 65% dos funcionários disseram que aceitariam um corte no salário se o seu superior fosse substituído por alguém melhor. Para os especialistas, esta é justamente a principal causa da perda de talentos em uma companhia. “Hoje temos a necessidade de uma liderança sofisticada, mais humana com seus liderados e com si mesma”, explica Andreia. No contexto do pós-pandemia, eles reforçam que chefes que não colocaram o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores como prioridade, tendem a sair perdendo. Entre as ações que podem ser colocadas em prática para reverter essa situação está a adoção do home office ou do regime híbrido de trabalho, maior flexibilidade de horário e tomada de decisões conjuntas com a equipe. “Buscar uma nova estrutura organizacional e dar incentivos para a experimentação – inovação e crescimento – também são tônicas para a sobrevivência dos times e a atração de novos talentos”, completa a autora.

2 – Risco cibernético

Com a transformação digital, os ataques cibernéticos aumentaram de frequência e de importância nas empresas. Nos últimos meses foram notificados casos na JBS, Facebook, Sony, Netshoes e até mesmo no STF (Supremo Tribunal Federal), entre um número imenso de vítimas corporativas. Uma das maneiras de lidar com a questão é investindo no departamento de TI, assim como na contratação de consultorias especializadas em segurança digital – e essa deve ser uma decisão alinhada com a liderança, de forma que toda a corporação entenda o tamanho do problema e se sinta encorajada a contribuir para minimizar os riscos. No entanto, uma vez que a invasão ou ataque já tenha acontecido, cabe aos líderes gerenciar a questão. “Têm sido muito frequentes ataques de hackers que comprometem o funcionamento das empresas, paralisando-as, exigindo resgates milionários e roubando informações sigilosas. Isso transfere a responsabilidade para a alta direção e para o conselho de administração”, afirma Sardas.

3 – Prejuízo à reputação e imagem

Escândalos de reputação e imagem são outro ponto que merecem a atenção dos líderes. A vigilância das redes sociais e a cultura do “cancelamento” trouxeram uma relevância ainda maior para o posicionamento das empresas frente a assuntos de cunho moral, social e discriminatório. Além disso, casos de implicação legal, como esquemas de corrupção, também podem criar percalços duradouros na trajetória da marca. Ainda nesse cenário, Andreia Loures-Vale cita as políticas ambientais, que hoje em dia já são critério de escolha entre os consumidores. Apesar da melhor medida contra esse tipo de risco ser a prevenção, uma vez que o problema já tenha acontecido a melhor saída é estabelecer um diálogo com os clientes. “A recuperação passa a depender de esforços significativos para a reconstrução da confiança”, resume Sardas.

4 – Alterações legais e tributárias

Frequentemente as empresas são surpreendidas pelas autoridades governamentais com mudanças envolvendo impostos, padrões regulatórios, investimentos, aportes de capital, tributação e direitos trabalhistas. “Tais alterações influenciam os resultados e, muitas vezes, comprometem o caixa e a estabilidade financeira”, aponta o conselheiro. Uma maneira de não ser pego de surpresa por essas alterações, segundo os especialistas, é ficar atento às discussões do Congresso. Dessa forma, o líder poderá se planejar a médio ou longo prazo para absorver as mudanças. Eles lembram, ainda, que nem todas as reformas são negativas, e que algumas chegam até mesmo a favorecer o desenvolvimento do negócio.

5 – Fraudes contábeis e de balanços

Faturamentos e reembolsos irregulares, lançamentos de pagamentos fictícios, alterações, desvios, roubos nos estoques, omissões ou falsificações de operações são alguns dos exemplos de fraudes contábeis que podem gerar graves consequências para uma empresa. Para além da questão moral, os líderes devem ficar cientes sobre as informações financeiras que são divulgadas para o público e quais métodos estão sendo utilizados pela equipe para o estabelecimento desses números. Maquiar ou alterar dados pode, quando descoberto, criar um cenário de quebra de credibilidade semelhante ao risco de imagem e competência. A diferença aqui, alertam os consultores, é que a falta de confiança não atinge somente os clientes, mas todos os membros da equipe.

6 – Problemas de caixa

Quando o assunto é orçamento, vale o ditado: “Nas empresas o caixa é soberano”. Para Andréia e Sardas, as causas do problema são variadas e incluem despesas elevadas com a administração, diminuição repentina das vendas, processos pouco eficientes, resultados negativos recorrentes, políticas salariais sem planejamento, giro de estoque lento e investimentos mal dimensionados. Nessas situações, cabe aos líderes e gestores o planejamento de medidas que aliviem parte do problema, incluindo cortes de gastos. Por outro lado, a melhor maneira de prevenir o risco é calcular em detalhes os gastos do negócio. “Mesmo empresas que possuem uma situação econômica estável, devem ter o caixa como balizador de suas ações”, finaliza o executivo da Exxe Consultoria Empresarial.

Por Maria Laura Saraiva

Matéria publicada na Forbes, veja o original aqui

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